sexta-feira, 10 de agosto de 2012

CANTO DAS AVES


Loucos pássaros cantam no teu sentir
Há neblinas de sussurros surripiados no silêncio
Novelos emaranhados de penas a esvoaçar
Na corda bamba de brisas presas no olhar
Fios puxados quase a partir
Onde tudo pode recomeçar

Cantam os pássaros na longevidade silenciada
Jamais as árvores saberão andar
 Por esse instante profundo imenso
Adormecida a névoa dissipada
Faz-se manhã frente ao mar
Com cheiro de maresia intenso
Onde o silêncio parece naufragar
E sobre o canto da sereia acordada
Uma gaivota vem cantar

Não há tempo vincado em memórias nuas
Que o canto das aves liberte serenidade
Marés já despertadas por ventos de luas
Onde tudo seja apenas mera felicidade
musa

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