quinta-feira, 12 de julho de 2012

SOPROS SECREÇÕES


Estala a pele macia
Sombria membrana da noite
Desassossega trémula e fria
Baforadas de medo no açoite
Em floreado colorido
Desperta o sentido
Cristal saudade
Ardente ofegante indiscernibilidade
Cumpre-se a palavra no hálito do verso
Sopros secreções em docilidade
Sombras envolvem o reverso
Da tímida escuridão
Manchada de ocasos
Onde a ira quebra lágrimas em vasos
Pairam pensamentos destilados poesia
Sobejam os sentidos pálidos
Na futilidade da heresia
Secam-se todos os prazos
Fumega a fantasia
Nas secreções lacrimais
Em ânsia sente-se o fremir
Na agonia do sentir
Elevam-se odores corporais
Como respiração de vendavais
De versos intemporais
Solta-se o beijo de todas as manhãs
Em diagonal secreção
Nas palavras vãs
No inferno da razão
Sopra o sentir
Húmido
musa

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