Florescem camélias roubadas
Nos teus olhos lacrimosos
Num Inverno do teu sentir
Alegre tristeza
Essas lágrimas choradas
Que num sorriso pude consentir
Em pétalas de doce beleza
Faz calor
E trago gélidos dias
Florescências de um antigo torpor
Em pétalas de fantasias
Num choro dor
Passo a passo deixo cair
Camélias desfolhadas
Lágrimas salgadas
De caules chorosos
Que não chegaram a florir
Faz frio
Trago o estio ardente
Cálido terno Verão
Num peito fechado de sentidos
Que se forma humedecido rio
Nesta dor dormente
De insensata paixão
Pétalas de sonhos perdidos
Desfolho uma a uma todas as lágrimas
Já nem sei o que sinto
Penas… eram só penas
Penas e não pétalas negras
Como umas asas de sedas
Tecidas de lágrimas tombadas
Entrando um anjo pela tua janela
Já de longe me acenas
E vais embora
Com essas pétalas roubadas
Deixando-me esta dor que se demora
E que assim fico com ela
Como quem a sorrir chora
E guarda nas páginas do livro da vida
Tão colorida pagela
Em triste despedida
Amor extinto
Que já longe pressinto
Era um amor florido
O mesmo que consinto
Já distante perdido
Como a mais bela flor do meu sentir
Em refrescada quentura
A mesma loucura
Que me fazia sorrir
E chorar de alegria
O mesmo querer
Flor poesia
Intenso sentir sentindo
Esse doido prazer
Florindo
Com que fiz amor um dia
…
musa
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