quarta-feira, 18 de julho de 2012

ALEGRE TRISTEZA


Florescem camélias roubadas
Nos teus olhos lacrimosos
Num Inverno do teu sentir

Alegre tristeza
Essas lágrimas choradas
Que num sorriso pude consentir
Em pétalas de doce beleza

Faz calor
E trago gélidos dias
Florescências de um antigo torpor
Em pétalas de fantasias
Num choro dor

Passo a passo deixo cair
Camélias desfolhadas
Lágrimas salgadas
De caules chorosos
Que não chegaram a florir

Faz frio
Trago o estio ardente
Cálido terno Verão
Num peito fechado de sentidos
Que se forma humedecido rio
Nesta dor dormente
De insensata paixão

Pétalas de sonhos perdidos
Desfolho uma a uma todas as lágrimas
Já nem sei o que sinto

Penas… eram só penas
Penas e não pétalas negras
Como umas asas de sedas
Tecidas de lágrimas tombadas
Entrando um anjo pela tua janela
Já de longe me acenas
E vais embora
Com essas pétalas roubadas
Deixando-me esta dor que se demora
E que assim fico com ela
Como quem a sorrir chora
E guarda nas páginas do livro da vida
Tão colorida pagela
Em triste despedida
Amor extinto

Que já longe pressinto
Era um amor florido
O mesmo que consinto
Já distante perdido
Como a mais bela flor do meu sentir
Em refrescada quentura
A mesma loucura
Que me fazia sorrir
E chorar de alegria
O mesmo querer
Flor poesia
Intenso sentir sentindo
Esse doido prazer
Florindo
Com que fiz amor um dia
musa

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