CÉUS DE INFERNO
Estes céus de inferno
Que me habitam
De fogo intenso e vermelho
Não sei se a vida ao espelho
E de escuridão cogitam
Tudo mansamente derreter
Espalhando tristeza em degelo
Em infernal viver
De olhar aguado deslumbramento
Cílios marmoreados de fogo lento
Crepuscular chama do entardecer
Espalhando a pátina do vento
Numa asa quieta do tempo
De encarnado sofrer
Viva ilusão trémula ensanguentada
Corpo celestial raiado de vermelhidão
Por entre as nuvens treva manchada
Violácea dor a teimar de solidão
A querer queimar num sopro luminosidade
De penumbra sombria em murmúrios e pranto
Ou a melancolia rubra do desencanto
A hora ingrata da partida
Talvez a eternidade
Profundo martírio de mistério e beleza
Ou somente a dura e instável ilusão
O delírio intimidade e a incerteza
A loucura e a imutável confusão
Da vida…
…
musa
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