segunda-feira, 8 de outubro de 2018

CÉUS DE INFERNO

CÉUS DE INFERNO

Estes céus de inferno
Que me habitam
De fogo intenso e vermelho
Não sei se a vida ao espelho
E de escuridão cogitam
Tudo mansamente derreter
Espalhando tristeza em degelo
Em infernal viver

De olhar aguado deslumbramento
Cílios marmoreados de fogo lento
Crepuscular chama do entardecer
Espalhando a pátina do vento
Numa asa quieta do tempo
De encarnado sofrer

Viva ilusão trémula ensanguentada
Corpo celestial raiado de vermelhidão
Por entre as nuvens treva manchada
Violácea dor a teimar de solidão

A querer queimar num sopro luminosidade
De penumbra sombria em murmúrios e pranto
Ou a melancolia rubra do desencanto
A hora ingrata da partida
Talvez a eternidade

Profundo martírio de mistério e beleza
Ou somente a dura e instável ilusão
O delírio intimidade e a incerteza
A loucura e a imutável confusão
Da vida…
musa

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