quarta-feira, 25 de abril de 2018

TANTO TARDAR DESTE ABRIL

TANTO TARDAR DESTE ABRIL

Prometeram o pão a paz e a liberdade
E os cânticos evadidos das prisões
Prometeram fugaz a breve docilidade
O sangue bramindo seio dos corações

A tarde prometida num filho desejado
Livre o amor o beijo e as mãos dadas
O desejo há tanto tempo assim calado
De palavras escondidas amordaçadas

Proféticos ventos a saudar cravos pela rua
À alma de mentiras num canhão por disparar
Como se a poesia a deixasse assim tão nua

Fome medo frio martírio que goza esta humanidade
E traz flores e cânticos e uma revolução no seu olhar
Tanto tardar deste Abril de dores solidão e saudade
musa

Sem comentários: