quarta-feira, 29 de abril de 2015

RENDILHADO SENTIR


Há por dentro do sentir aperto do peito
Mágoa profunda em húmido sangramento
A alma em desassossegado lamento
Num grito desolado dividido desfeito

Em pedaços de rendilhado instante
Para lá da vidraça embaciada e fria
O tempo esmorece a luz acutilante
A renda iluminada ponto a ponto sombria

Esfria a claridade em rendilhado sentido
Da janela do sol a frialdade do entardecer
Vê se o dia na malha do olhar perdido

Há por perto tristeza e desencanto
Rendado sentimento de incumprido ser
Dos olhos escorre a angústia pranto
...
musa

Sem comentários: