sexta-feira, 2 de agosto de 2013

POEMA AMIGO

POEMA AMIGO

Queria fazer-te um poema
Por todas as horas que demos as mãos
Por todos os instantes de olhares trocados
Por todos os silêncios enamorados
Por todos esses sentires vãos
Por todos os dias vividos
Queria fazer um poema
Com versos esquecidos
Em poesia exultação
No tempo perdidos
De uma antiga paixão

E na amalgama desiludida
Das palavras feitas amizade
A desilusão da vida
A trazer infelicidade

Queria fazer-te um poema
Desse amor de pele e prazer
Desse sentir e render
Desse apetecer sem fim
Que eu não consigo esquecer
E morre dentro de mim

Há nos versos sublimados o poema amigo
O queixume de todos os sentimentos
O abraço que tanto foi o meu abrigo
O olhar onde repousei os pensamentos
Tantos os contentamentos que vivi contigo

Conhecer-te foi viver dolente perigo
De um encantamento surpreendido
Foi grande e intenso o castigo
O pecado jamais absolvido

Queria fazer um poema de um sentir profundo
Que arrebatasse a ilusão de te ter perdido
Queria não mais ser deste mundo
Que não mais pudesse ter-te no sentido
E morrer dessa perda tão pesada
Que a vida serena deixa ter
Consentido esse amor vencido
Agora é tanto que se faz nada
Agora é tudo o que não sei viver
E das noites resta a alvorada
Que nunca mais vou escrever

Morreram em mim as palavras sentidas
Que as não sinto nem mais quero pensar
Há-as por dentro de mim proibidas
Feitas de lágrimas por chorar

musa

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