terça-feira, 13 de agosto de 2013

OBLIQUA SALIÊNCIA


Ilude-se olhar vestido de tarde poente
Inquieto bramir das folhas pardacentas
Obliquas saliências em crepúsculo quente
Tonalidades tingidas de cores magentas

Funde-se céu e mar e o dia despido de claridade
Escurece a tarde em pardo gozo enevoado e frio
Há nos brandos sentidos da dor nascida frialdade
A tarde se tece em profundo silêncio sombrio

Quando em mim tudo se termina sem nunca ter começado
Desperta amanhecida ainda inominada dentro do meu peito
Há um sol poente nascido húmido morno ensanguentado

Parto que o olhar em oblíquo sentir saliente ilusão
Derrama escura luz no mar e terra estranho leito
Que noite e dia enternecem de dolente solidão

musa

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