QUANDO SE AMA
TU
quando se ama?
como se sabe quando se ama?
como se sabe que não é outra coisa?
o teu conceito de amor é igual ao meu?
querer estar com é amor?
ter saudades de é amor?
EU
deve ser...
TU
deve ser... também não sabes?
Quando se ama tem-se um mundo dentro do olhar.
Amo-te porque preciso de pontuar as palavras que
te digo, e quando te amo sei que há um ponto final na voz que por ti clama e
proclama o mundo em palavras para ti…
Quando se ama a voz arrasta as reticências na
luminosidade dos olhos cheios de amor e nesse clarão de felicidade soltam-se as
tais palavras que nos dizem: os teus olhos brilham tanto… por que será…
Há luz e um infindável sentir escorrendo um manto de estrelas na cauda perfumada das palavras como se fossem beijos dados na emoção dos lábios derretidos como cera ardendo a chama da paixão.
Há luz e um infindável sentir escorrendo um manto de estrelas na cauda perfumada das palavras como se fossem beijos dados na emoção dos lábios derretidos como cera ardendo a chama da paixão.
E nos sinais de pontuação soltam-se borboletas
rodopiando a pele de trémulas caricias em redor desse olhar luzindo poesia em
pensamentos.
Quando se ama as palavras tomam corpo e na forma
da alma incendeiam-se sentidos emoldurando de labaredas mescla emocional em
dor, alegria, tristeza, pranto, euforia e sintonia carnal em pauta de sussurros
permeando a pele da alma na utopia serenidade da ilusão.
Amor tem cavalos puxando as mãos e dos olhos em
rédea solta se conduzem loucura e sonho na fogueira acesa do peito a trote
sentimental.
Quando se ama não é nada disto. Amor não precisa
de palavras. Amo-te porque o silêncio se aninha onde mais grita vontade e
desejo de fundir no sangue a dureza do verbo e aplacar excitação ritmada da
palpitante dança dos afetos no terreiro da alma escancarada ao amor.
Quando se ama é tudo isto. O amor exulta-se de
declamações melodiosas encavalitadas em metáforas na esperança ardente de subir
escadas dos sentidos e chegar onde o fogo arde sem ver. O amor compromete-se
entrelinhas e nas reticências e nas palavras inventadas para assim o explicar
sem precisar de explicações o amor vinga pelo sentir excitado e confuso,
baralhado e angustiante, o amor serve as nobres causas do sentir e habita poros
e cavidades, em fricção e cisalhamento o amor é sensação e paladar, é busca de
alimento e sacia fome e sede.
Não sei o que é o amor. Mas tenho vontade de te
amar.
…
musa
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