CONFISSÃO A UM AMOR ANTIGO
Arrumo- me com o silêncio das lembranças... quero
ficar bonita para o passado.
As memórias floriram sobre telhados vermelhos do
burgo antigo como claraboias envidraçadas deixando passar a luz a uma escuridão
adormecida e trouxeram versos emudecidos e aromas de violetas e rosas e
melodias sangradas em palpitante serenata ao toque dos passos dos gatos errando
pelas telhas em luzidia cumplicidade e ilusão.
Aprendi… a única certeza do que tenho são as
palavras, as que sinto e as que já vivi. Tudo o resto é a pontuação que não
uso.
A emoção sentida trouxe muitos instantes de choro
e sonho e a fantasia repetida das histórias infantis na solidão de uma noite de
leitura num enamoramento magico ao luar.
E sabes… das minhas lágrimas o tempo mata a sede
de campos de palavras em humedecidas searas que dão o pão do sentir.
Tenho no pensamento um amor antigo que me dá o
sustento do que escrevo e deixo em sementeira de poesia sentimental terra
lavrada em sulcos de sentimento. O chão dos meus sentidos é agora grata recordação
de uma primavera a acontecer.
Conheci alguém que despertou um tempo novo.
Não sei dizer de outras estações que já
aconteceram nem predizer o que possa vir a acontecer nesta vagabundagem de
prosa poética sobre a sensual vontade de viver cada hora no que os teus olhos
calam em mim e quando me mostras que há o desejo a florir no vértice ternurento
da tua boca proferindo palavras em silêncio absoluto que eu oiço perfumando o
palato temperamental desse sentir a esmaecer o passado que agora renasce nos
teus beijos e deixa doce sabor a vida. E sabes que eu estou viva e vivo em ti.
Obrigada por existires.
…
musa
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