O
tempo repousando
Na
casa em ruínas
Vai
dela se enamorando
No
vento murmurando
Doce
roçar das esquinas
E
o meu fascinado olhar
Às
voltas na rotunda
Pelo
portão quer entrar
E
lá dentro se afunda
Seio
da casa arruinado
Onde
o tempo parece parar
Qual
castelo de magia encantado
Na
colina frente ao mar
Do
casarão abandonado
Fluem
dela ternas vibrações
Sem
portas janelas telhado
Transparecem-lhe
as estações
De
um tempo incalculado
Da
Primavera Verão Outono Inverno
Tempo
impávido e sereno
Dentro
da casa faz-se eterno
Circunda-a
à volta no terreno
Onde
plantada se ergue
Altaneira
moradia de outros tempos
Hoje
feita ruínas e lamentos
Cresce-lhe
o mato as palmeiras a sebe
E
labirintos de jardins imaginados
De
uma saudade que o tempo lhe deve
Em
fantasias e sonhos guardados
Que
perduram nas paredes pensamentos
Que
murmuram nas paredes sentimentos
Dos
parcos tijolos tombados
Das
telhas filhas dos ventos
Do
que resta da casa de magia
Lá
longe do portão fechado
Olho
para ela e penso em Poesia
Acabo
confessando meu sonho guardado
Abrigo
dos Poetas fantasia
Esse
casarão inanimado
Que
será meu um dia
Que
em versos já faz história
Que
será meu instante de memória
Quero
dar-lhe vida
E
cor e movimento
Perpetuá-la
no tempo
Lá
por dentro
Correrias
de crianças
A
esvoaçar esperanças
Das
suas janelas a inspiração
A
fluir momento
Na
paleta de pintores
Em
cores de imaginação
Riscos
de um novo alento
Pianos
flautas violinos
Em
acordes melodia prece
Tocando
muitos destinos
E
qual uma aranha que nos tetos tece
À
sua volta belos jardins de flores
Quero
a casa cheia de palavras
Recordações
de sonhos e de amores
Risos
e animadas conversas
Em
vez de choros mágoas
Uma
casa alegre sem tempo sem pressas
Serões
de música canto e poesia
As
paredes a transpirar alegria
A
casa a abarrotar de felicidade
A
cada visita um selo de saudade
A
Arte no colo dos seus cantos
Quero-a
de portas abertas e luzes acesas
Iluminada
de vida e de encantos
Onde
as estrelas nunca fiquem presas
Viva
de risos e nunca de prantos
Quero-a
a dar Poetas ao mundo
Pintores
Músicos Cantores e outros Artistas
Parte
deste sonho intenso e profundo
Abrigo
dos Poetas que a tantos já conquistas
Casa
em ruínas lá na colina
Para
lá do tempo e frondoso mar
Erguida
imponente solitária menina
Que
nos meus sonhos veio morar
E
que para além do portão tanto me fascina
Guardo-a
numa foto para a namorar
E
o desejo secreto de um dia a comprar
Por
enquanto e só… resta-me sonhar
…
musa
2 comentários:
Fico fascinada com o ABRIGO e com o poema.
Faço-os meus por tanto me identificar com eles.
Beijinhos Ana Bárbara.
Passei hoje no Abrigo dos Poetas e fiquei surpreendida.
Começaram pelo portão - está lindo!
O jardim anda em revolução. Tudo indica que este abrigo deixará de ser um velho casarão.
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