Por dentro
Que seja mais duro
Do que este sentir
Este lamento
Doce brando alento
Intenso e puro
Dor de o consentir
Triste obscuro
Sem o admitir
Nada mais pode ser
Por dentro coexistir
Estranho transparecer
Como sangue a fluir
Angústia quente
Que o ser sente
Que olhar não mente
Que a alma faz ruir
Sem o corpo merecer
E parece consentir
Todo este desfalecer
E na ruína do encanto
Por sentidos de prazer
Palavras constroem castelos
Pedra a pedra tanto e tanto
No calar e no dizer
Os meus medos mais belos
São sossego e são prazer
Batalhas de ilusão
Cavalgadas na solidão
Batalhas de ilusão
Cavalgadas na solidão
Erguem mudos pensamentos
Castelo do meu sentir
Torre do meu silenciar
E as janelas dos sentimentos
Abrem de par em par
Todo este meu bramir
Que não consigo calar
…
musa