quinta-feira, 24 de setembro de 2009

CAVALGAR

Pela mão endeusada
venho-me de palavras
através do silêncio ateu
musa desvirginada
numa missão glorificada
em enredo lento de sentidos
desprendidos da mão de Orpheu
me prendo em leve pranto
solta poesia em toda eu
gemidos sussurros lamentos
doces fluido encanto
há uma lua que não se cansa
de irradiar sentidos em mim
faz-me ser égua solta
em nua cavalgada
como se meu cavaleiro fosses
louco intenso frenesim
e nas fases
dessa lua imaginada
luar torpor
tenho-te assim
de palavras
submergidas de espanto
tidas loucuras
preliminares da tentação
sem consentires
nem imaginares
corro pradarias
estendo pelo chão
meu dossel manto
banho lagos galerias
de ternura inquietação
deixo-me
em rios de mel loucura
nos cascos devolvo a terra
em pegadas de excitação
enquanto espalho ternura
no pranto de toda esta escrita
movida de sentidos em brisa
deixo reflectida cansaço
esfriado pelo luar
que tamisa prados de olhares
sem nada pedires
onde me sinto sentida
serei se assim deixares
a terra céu mar onde vires
luar gota orvalho sombra
palavra sensação vida
desliza
quando de mim sentires
pálida apreensiva ilusão
em leve coalho da mente
puderes ler
o que uma alma sente
de amor de vida
e de paixão
sentida

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