sábado, 25 de abril de 2009

QUERER

correm rios de mim
lava do vulcão em actividade
onde se afundam lagos do teu ser
pelo toque
fazes brotar fonte intensidade
e morro no tacto das tuas mãos
por puro prazer
num gesto afectivo
de inusitada cumplicidade
terra esventrada em fendas
corre de um rio sem fim
onde te afundas
de luxuria apetecida
por dentro escavas seio
dentro de mim
penetras meu cio
veio como se fosse vento
abro-te minhas portas
de par em par
entranhas de uma vontade
enlouquecida
para ter de ti
esse único momento
num vaivem de loucura
a nunca terminar
tu que despertas fogo
dentro do meu ser ja aceso
armas fogueira
de meus sentidos em brasa
como queres que eu saia
de tão gesto ileso
quando por dentro
rio me invade e vaza
deleite que atentas
de teu mastro erguido e teso
desnuda o ser
em voltas de sedução
ousas prender-te pelo olhar
de rédea solta levantas as velas
em mar de excitação
prazer que nos traz sempre de volta
nesta dualidade de inquietação
és vibração escolta
a naufragar

Sem comentários: