Nau de velas soltas meigas vagas bravias dessa esperança
Forte imponentemente erguido de aço moldado frio e duro
No convés ao leme que trago do tempo em que fui criança
Faz de mim o teu ninho nos beirais desse barco impaciente
Nos teus abraços longos como amarras que me prendem
Já que sou marujo ao comando das tuas ordens obediente
Largo do corpo os laços que desfaço e do mastro pendem
Corpo abraços estreitando enrolados de calor doce pelo teu
Aconchegante manta de fina teia que me cobre e me embala
Fossem como leves asas brancas de um anjo caído lá do céu
Delirante olhar azul feitiço que de cheiros emana odor exala
Entrincheirada me queres em teus abraços tão apertados
Que o meu leve corpo frio é o leme que anda solto à deriva
Como vela pendente em caravelas de mastros quebrados
Rasgado branco pano por um vento que me leva desta vida
Dás-me de abraços fortes de meiga ternura a quem tu segues
Como se fora pele do meu corpo no tacto das tuas mãos
Erguido ramagens de ramos coberto de folhas em sebes
Tronco que segura corpo que amo de dor e de paixão
Sim! tu me tens entre tuas mãos no meio dos teus abraços
Húmida de sentidos de cheiros de sabores a homem em cio
Em mim os teus gestos as tuas mãos que desfaço em laços
Na boca meus beijos os nomes que te chamo o riso que rio
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