quarta-feira, 14 de março de 2018

DOS VENTOS AINDA

DOS VENTOS AINDA

Destas árvores agitadas
A esbracejar a ira
Folha a folha bramir delira
A melodia do vento lira
Esvoaçam leves arrancadas

Nos parques jardins recantos
As árvores do tronco aos ramos podadas
Carpideiras querubins aos prantos
Num desassossego agitação
De braço forte com a ventania
De aço porte a litania
O vendaval furacão
Ainda que o vento as sacuda
Não há quem lhes acuda
As segure pela mão
Ainda quase despidas
A tenra folhagem renascida
Rasga-se em desilusão
Folha a folha assim feridas
As árvores frágeis sentidas
São o retrato da vida
Quando o vento é solidão
...
musa

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