Esta
ânsia magnânima âmago carnal
A minha
solidão é do tamanho do mundo
Ao largo
de horizontes sem cor e húmido areal
Uma cama
vazia em frialdade e sem fundo
Da
imensidão de um universo que eu nem conheço
De uma
desilusão de um verso fecundo profundo
De uma
inquietude angústia sem preço
De uma
lassitude que de pranto teço
Em contas
de lágrimas presas ao tear
Onde
desisto e desfaleço
De tanto
sofrer e chorar
E o luto
lento derramado dos meus olhos
Tem a
negridão e brilho da patina de petróleos
À flor da
água a espessar as dores
Os sonhos
profanos a fundear navios
Sagrados
entardeceres a desflorar flores
E dentro
deles náufragos vazios
A
solitária loucura à deriva
Uma balsa
perdida
Quando
adormeço
Afundo a
vida
Dela me
esqueço
Dela me
enfraqueço
Dela me
não conheço
...
musa