quarta-feira, 30 de julho de 2014

O GRIFO

O GRIFO

Sobrevoa areias de sangue derramado
Ouro ou ágata nas pedras manchadas
As asas esvoaçadas no céu iluminado
Os ovos misseis em ninho de bolcacas

O sol já vai alto tal o fogo da surpresa
O povo dizimado ainda consegue gritar
Na garganta a paz amordaçada presa
O mundo clama exige deixem-no voar

Tem asas e não voa e garras já tão feridas
A guerra que o sobrevoa em latejante martirio
Divide águia e leão com fome de tantas vidas

Se o céu escurecer tingido de rubra cor
Por todo entardecer em mortandade delirio
Será a luz que se apaga em Gaza pela dor
...

musa

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