Ainda
agora chamas por mim
Inundas-te
na liquidez embriagada
Com
que me bebes até ao fim
Na
tua boca molhada
De
mim
Os
teus lábios molhados de prazer
Abrem
valados de tépida excitação
São
como um sol ao entardecer
Que
se enterra no mar em solidão
E
seus raios fazem humedecer
Pele
humidade doido tesão
Toda
a nossa vontade a escorrer
Na
flor da pele em sedução
É
sempre assim quando nos encontramos
Nossos
corpos endurecidos num poente
Sobre
uma cama profundo oceano nos amamos
No
calor adocicado das nossas mãos e pele quente
Deitamo-nos
com a loucura de saudosos amantes
Onde
morrem tantos sóis em horizontes distantes
Cobrimo-nos
de beijos em colo de profano olhar
Fazes
de mim deusa em teu sagrado altar
Sacias-te
do desejo mais cruel e insano
Sem
quereres saber do beijo o seu tamanho
Até
entrares em mim esgotado e provocante
Gozando
até ao fim teu doce querer de amante
Fazia
tempo que não te erguias do meu chão
Como
o vento amansando dunas e colinas
E
a chuva molhando a terra cada estação
E
o sol dourando barcos nas marinas
E
a bruma cobrindo vales e montanhas
Deixando
a descobertos as ruínas
Depois
dessas horas tão estranhas
Fazemos
o amor e partimos
E
por dentro de nós ruímos
…
musa
2 comentários:
Pura Arte escrita!
BELO!
Gostei muito da intersecção de dois traços muito presentes na tua escrita (o erotismo e verso enegrecido)
que formam um poema com ímpar força
Bjo.
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