domingo, 4 de setembro de 2011

MULHER PHILAE

Base desordem do teu sentir
Pedra metal alvenaria madeira
Na minha pele começas a esculpir
Pegas-me de qualquer maneira
Sem eu te pedir

Fuste dos teus sentidos
Profusão de relevos
Entre sussurros gemidos
Fissuras estrias sulcos nervos
De outros tantos desprovidos
Clássicas caneluras
Entalhes detalhes consentidos
Em nossas tantas loucuras

Aneladas
Caneladas
Cóclidas
Corolíticas
De tambores
Entrelaçadas
Estriadas
Fasciculadas
Galbadas
Monolíticas
Prismáticas
Rostradas
Rusticadas
Salomónicas

Corpo arquitrave do sentir
Mãos Jónicas do ser
Cariátides a se insurgir
De relevos de prazer
Na dureza do tesão
Dóricas sensações
Lavradas emoção
Pedra de todas as paixões
Coríntias carícias
Nervuras leões
Paraíso das delícias
Toscanas insanas
Portões de doces beijos
Compósitas profanas
De escultóricos desejos

Sensual comoção capitel
Do olhar pleno extasiado
Coluna adornada pele com pele
Do nosso sentido provocado
A começar em clitóricos pilares
Instantes momentos ensejos
De todos os tempos desejos e beijos
Onde tu me deixares
Começar a sentir
Corpo Philae
Mulher coluna
Dedo a dedo esculpir
Inteira una
musa

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