sábado, 3 de setembro de 2011

HÁ DIAS ASSIM


Tenho os dedos cheirando ao molho da salsa e dos coentros picados numa dança de vinagre e azeite sobre a orelheira retalhada, petisco do patrão cá de casa, e no ambiente sorve-se as janelas escancaradas com perfume de sol trazendo húmus destes dias que têm sido húmidos e cinzentos aguando olhar perdido além das árvores e do mar que fica a poucos passos num cansaço que teima em ser ainda Setembro veraneio trémulo de risos de gaivotas descansando pela praia nua de gente onde outrora famílias de um tempo domingueiro tomavam conta do céu e do oceano feito sol e maresia, mas tudo muda, e a graça de ser passado arriba onde a deixam ancorar...
Vou pelo passadiço de madeira, de mãos dadas com o homem que me acorda dos sentidos e levo comigo todas as palavras que nunca deixei para trás...
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musa

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