segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Érato

Meu espirito disperso entre tuas dores felinas

Volto dessas palavras para num verso te dizer como me encantas como me animas

Deixei lagos riachos bosques florestas prados e montanhas

Fugi ao deus das árvores e da loucura

Na minha mão a imortalidade que tu já não me estranhas

Pois vês em mim toda a luxuria e formosura

Dessas noivas veladas botões de rosa encantadas

Num gracioso movimento de dança esvoaçando coroadas

E dessas nove noites consecutivas no teu leito escarpado

Nascemos nós as nove musas desse amor de Zeus e Mnemósine partilhado

Para te contar desejo do passado do presente e do futuro

No deleite que antevejo tão instável e inseguro

A de bela voz a proclamadora a amável a doadora de prazeres

A poetisa a de muitos hinos a que faz brotar flores a rodopiante a celestial

Se nos meus abraços não morreres

Quem sou eu

A amante sacerdotisa divinal

Que no pranto da natureza de palavras te dou o que não é mais meu

O que num verso erótico te inspira o irreal

Poema de Orpheu

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