Meu espirito disperso entre tuas dores felinas
Volto dessas palavras para num verso te dizer como me encantas como me animas
Deixei lagos riachos bosques florestas prados e montanhas
Fugi ao deus das árvores e da loucura
Na minha mão a imortalidade que tu já não me estranhas
Pois vês em mim toda a luxuria e formosura
Dessas noivas veladas botões de rosa encantadas
Num gracioso movimento de dança esvoaçando coroadas
E dessas nove noites consecutivas no teu leito escarpado
Nascemos nós as nove musas desse amor de Zeus e Mnemósine partilhado
Para te contar desejo do passado do presente e do futuro
No deleite que antevejo tão instável e inseguro
A de bela voz a proclamadora a amável a doadora de prazeres
A poetisa a de muitos hinos a que faz brotar flores a rodopiante a celestial
Se nos meus abraços não morreres
Quem sou eu
A amante sacerdotisa divinal
Que no pranto da natureza de palavras te dou o que não é mais meu
O que num verso erótico te inspira o irreal
Poema de Orpheu
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