INVERNIA
A fúria das palavras
Sacode a ventania dos sentidos
E a tarde de silêncios divididos
Entre sonhos cinzentos e enfurecidos
Deixa a metade por entardecer
Nos verbos intransitivos
Por aprender
Na temível tempestade
O gelo a derreter
A húmida opacidade
Das palavras por sentir
Uma a uma ou outra fugidia
Parece repetir
A cada dia
Hora a hora o grito temporal
A tarde dourada que esfria
Lateja em raiva emocional
Uma réstia ainda melancolia
No verso lágrima por dizer
De vivo rumor visceral
Parece escorrer
Sentimento
Brado ou ladainha ou amargurada canção
O murmúrio das palavras em invernia
Dias negros de loucura e solidão
Prece ou cântico vento
Em uivo amargura de agonia
Dócil descontentamento
Tristes dias de escuridão
Silente súplica inocente
Pranto euforia
A vida da gente
Dor ingratidão
Em testamento
Choro lamento
Desolação
...
musa
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