POEMA DE SANGUE
Descobri
Entre os corpos amotinados
Um sangue vermelho vivo
Entre os corpos baleados
Um rosto perfeito
Entre os corpos ensanguentados
Um olhar expressivo
A bater-me no peito
O mesmo coração
Senti as asas da alma a esvoaçar-me
A pele dos sentidos na ingratidão
O colorido do tempo a desarmar-me
Do sonho esventrado desfeito
Uma raiva ferida a olhar-me
O golpe mortal da traição
A injustiça sem jeito
A inocente vida das rosas em verso
A chorar-me
Estranha desilusão
A manchar de sangue o universo
A terra toda a condenar-me
O silêncio da solidão
Menti todos os dias a pena que me coube
À flor da idade em condenação
Perdi de mãos vazias e não soube
Que viveria para morrer sem razão
…
musa
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