SE UM DIA AS PALAVRAS FERIREM MAIS DO QUE A SAUDADE
Meu amor que em segredo
Amo em travessia
A vida que acontece
É de instantes que se tece
O grito louco do medo
A tortura
Em poesia
Feridas
Essas palavras que adentro
Invadem côncavo sentir
No tecido mole do tempo
Ofendidas arestas
Sangram sentidos
Doendo a fingir
No verbo de silêncios
Fendidos e contundentes
A brancura de glóbulos silvestres
Multiplica orgasmos que tu sentes
Entre espasmos e gemidos
E fluidos escorridos
Entre pernas humedecidas e quentes
E os teus olhos a cintilar
Um vazio preenchido de intimidade
Na pele de aromas agrestes
A cumplicidade do olhar
Com que despes
A saudade
Fere o amor esvazia o verso
Fende a loucura
Finda a dor
A ternura
Há no universo
A exaustão
O corpo cansado
A doce excitação
Da tua mão
Mesmo ao meu lado
…
musa