Do palco retirou-te a vida
Do altar a tua dignidade
Do sonho a tua vontade
Do desespero sentida
Mulher perdida
Caminheira de tantos desgostos
De tantos sóis postos
Onde nunca é amanhecer
E morrendo vais tentando viver
Enviuvada de todas as liberdades
Privada de todas as amizades
Errando pela solidão
És enunciação
Do ser
Caminhos por percorrer
Onde nunca chegas e de onde não
partes
Encruzilhadas sem saber
Manha de todas as artes
Teu corpo inteiro vendido
A tua alma perdida
Do teu olhar despido
Perdes a vida
Nua na tua essência
Penhorada a tua virtude
Toda a tua transparência
Feita de triste inquietude
Sem depois nem amanhã
Com golpes de esquinas sangradas
Andarilha rubra boca vã
Passos errantes em calçadas
Olhar vítreo sem cor
Vendes teu corpo fingido
Sem qualquer sentido
Sem um pingo de amor
…
musa
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