Neve fria espalha-se branca sobre a natureza sentida mansa em seu abrigo invernoso
Estende-se imaculada colcha de lã como uma manta sobre chão de vida humido poroso
Neve fria tão bela vê-la cair desprendida como nuvens esfiapadas
Clareando toda a natureza inteira de vida em suas cores esbranquiçadas
Cai neve densa e pura nos chãos de Paris
Há quanto tempo eu não a via tingindo de algodão todo o matiz
Da cidade inaudita em cachos de luz ténue desprendida
Frenesim que a torna maldita em seu furor já perdida
Neve fria cai tão bela e tão demente
Sob o olhar triste do dia de luz solar tão ausente
Cai neve numa paisagem citadina de cristalino cinzento
Repousa como penungem felina leve agitada pelo vento
Neve fria de desassossego em tanta ternura e carinho
Chega a dar tremura de medo de escorregar no caminho
Os passos gelados marcam nela cataratas de sedução
E quem passa por ela só pode sentir emoção
Tudo tão branco tão frio em claridade de esperança
E o coração tão vazio a lembrar quando criança
A neve doce cai serena nostalgia do passado
Chuva em pedaços amena fria de um choro agoniado
Quando cai neve cai solidão e o sentir aprisionado
Que estranha sensação esse choro desencadeado
De humidade em convulsão olhar assim congelado
Pela brancura do nevão nesse país revisitado
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