domingo, 9 de novembro de 2008

Do meu silêncio vou morrer tu & eu

...das farpas que espalhaste pelo chão... dispuseste em lâminas aguçadas... os cortes de dor e de paixão... que em brisas do meu silêncio... vão morrer despedaçadas...
aguda dor... essa... alucinante... que de um parto ainda por fazer... já sente a contracção distante... do que vai acontecer...
acorda alma... não te surpreendas assim... submissa à ousadia... pois será melhor que te entendas... mais com o remorso do que com a fantasia...
Anima louca desvairada... te apressas a vir-me endoidecer... não quero ser desta vida quase nada... tudo o que eu possa transparecer...
fluo em espírito silenciado... o que dentro do corpo se equilibra de receio... se me solto sou pássaro alado... ogre centro do horrivel e do feio...
ai esse abraço de fogo entre animal e ave... humano e besta horrenda... fera a que me entrego... nas mãos... e faço peão desse jogo irreal... como dádiva que nego... como sangue oferenda...
em cálice divinal... e eu que assumo... que pressa têm meus dias em o ser... e as noites que não durmo... acordada... sinto tal ânsia de viver... o que já vivo quase nada...
entregue às sombras que me seguem... mal distingo forma leve deste meu corpo... são já as dores que me temem... saber deste meu chão frio e morto...
porque não queres dar-te de mim... silêncio prenhe desta alma incontida... olhar que se perde até ao fim... desse apertar de braços... laços de fita desprendida... do real eterno desta sensação sentida...
mas um dia vou voltar de que jeito... aqui em corpo duro e pensamento... tanta é a força que sinto dentro do meu peito... querendo ser somente olhar absorto puro sentimento...
do meu silêncio vou morrer... ainda que não queiras... belo amor sem medida... já me cansei de viver... das saudades... das fronteiras... dos teus abraços queimando solidão... num fogo de paixão... experimentando mil maneiras... desta vida...

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