segunda-feira, 22 de junho de 2009

QUADRAS DE MUSA

toco-te a pele queimando afogueada
foges de mim num rasto serpenteado
deixas círculos sinais que não dizem nada
serem sal do corpo exausto molhado
voas no meu olhar esbelta ave rapina
rasante invades lento pradaria trémula
brilhas luz intensa afogueada divina
rubro meu sentido vazo de ti incrédula
pousas faminto tuas garras sombreadas
dormente penetras meu chão endurecido
presa de vontades assim tão dominadas
jorro fluído espesso corre doce expelido
teme-me deus sem trono ou bordão
sou tão de palavras feitas sentidos
esventra-me morde-me de sedução
vai tira de mim espasmo ou gemidos
queres-me eu sei o quanto cobiças
de versos seduzes meu sentir amar
olhas soslaio minhas ancas roliças
o corpo e a mente que fazes vibrar
e tem-te deus poeta timido ousado
inventa palavras em versos carícias
preliminares de um ser desesperado
querendo seduzir em suaves delicias
solta-te leve de que és feito matéria
palavras insanas de que me prendes
com essa tua louca escrita galdéria
sem de verdade dizeres o que sentes
queres-me de corpo dado em sentidos
cobiças seios que te ficaram no olhar
moldas desejos de mil cores vestidos
nas mãos teu querer intenso palpitar
serei essa mundana musa irreverente
que te pede de palavras provocação
teus gostos rouba secreta consente
em sensual ousada inusitada paixão

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