terça-feira, 10 de julho de 2018

HUMILDADE

HUMILDADE

Curvo-me diante da montanha
Templo sagrado da natureza
No interior rasgado pela gadanha
Veio sangrante de rio e escuridão
Chão de pedra em toda a sua dureza
Na mais inóspita humildade
Vergo-me à sua beleza

E da imensidão do olhar
Em estendal de poentes
O coração a palpitar
Cortantes e Silentes
Augúrio e prece
Prantos a cintilar
Onde acontece

Brilho e vastidão
Em vales de humildade
Vergo-me pelo peso da humanidade
E da magnânima oração
Súplica da profunda paisagem
De veias calejadas
De cavernas inundadas
De íntima viagem
Desassossego em profundidade
Tempo de medo ou de coragem
Ou talvez a prova divina
Deus ou o homem à sua imagem
A divinal entidade
Por decifrar
Ou a deusa sozinha
A caminhar

musa

Estátua de Guan-im da deusa em Tailândia, deusa da mercê

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