quinta-feira, 5 de outubro de 2017

À PROCURA DE NENHUM LUGAR

À PROCURA DE NENHUM LUGAR

Há nos olhos das palavras
Um vicio mal perdoado
A dobrar esquinas becos escadas
Ruas mansas e demoradas
Um sentido desorientado
E a lentidão de quem em ruas perdidas
No sossego do tempo passado
Procura antigas moradas
Outras tantas vidas
De um sentimento redobrado
Um sentir quase esquecido
Memórias renascidas em montras sem lugar
E todas as direcções desmemoriadas
No mapa secreto do olhar
Um tesouro profundo e intrigante
Cidades de confins longitudinais
Quando o aqui distante
São cartas de baralhos cardinais
E o ponto fulcral da humanidade
Vai dando sinais
Longínquos suspiros do universo
Estremecem os sentidos
Em insustentável insanidade
Mapeiam-se as palavras em verso
E é preciso traçar o memorável caminho
Por entre sonhos escondidos
O luar essa claridade
No reverso do horizonte destino
A levar por mundos infinitos
Em inventadas falas
Fados e atitudes e vontades
Abrir firmamentos e escritos
Fazer as malas
Partir ou chegar
Deixar para trás saudades
Seguir caminho
No silêncio dos gritos
A nenhum lugar
...
musa

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