quinta-feira, 5 de outubro de 2017

A HORA ADIADA

A HORA ADIADA

A noite é uma insónia adiada
Uma teia de escuridão e silêncios sentidos
O açoite da treva a olhar a madrugada
A chicotear quietude de murmúrios e gemidos

E quando por fim em manso desflorar da claridade
A luz da manhã a rasga toda como o sono que não veio
E numa aurora orvalhada de cetim como que a cobrir o seio
Se desnuda sem demora ao primeiro raio de sol da intimidade

E cega a hora em deslumbre anoitecida
O fardo lento do tempo que não passa
Longa a noite e a insónia acontecida

O peso da vida no ardor da desilusão
O fardo pesado que alimenta a desgraça
O fado triste de quem vive em solidão
...
musa

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