sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

PRIMAVERA DO AMOR

PRIMAVERA DO AMOR

Tumulei o desejo
Selei a vontade
As mãos aguilhoei-as de silêncio
Hibernei a intimidade
Até à Primavera meu amor
Não saberei mais esperar-te este Inverno
A tremura do tempo enregelou o sentir
Fragmentada a dor
Degelou sem ferir
O medo eterno
De um dia te perder
Para sempre
Loucura

Até à Primavera meu amor
Quando húmidas as fontes
Voltarem a ser doçura de lágrimas
E as mãos como pontes
Passagens de beijos
Da ponta dos dedos
Aos lábios sequiosos
E nos teus olhos florirem segredos
E mil desejos
E cintilarem preciosos
Os pirilampos da noite no teu corpo adormecida
E o aroma da tua pele com fluidos de poesia
Libertar o perfume da vida
Silvestres sentidos e o sal da maresia

Até à Primavera meu amor
Porque agora com este frio
Demorarei a esperar-te
No umbral da angustia esteio sombrio
O corpo estuário rio
Transborda margens de tristeza
Na foz da incerteza
A gélida estação
Petrifica a tua mão
Fossilizado sentimento
Em profundo lamento
Sedimenta bem no fundo do coração
A Primavera do Amor
...
musa

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