terça-feira, 1 de março de 2016

NÃO HÁ MAIS NADA NOS MEUS OLHOS

NÃO HÁ MAIS NADA NOS MEUS OLHOS

"eram dez horas da noite
quando os olhos dele se cruzaram com os dela
contando histórias iguais às da Cinderela
sorriram-se e continuaram contando
contando
como só se vissem de vez em quando
às onze horas dessa noite
já tarde
ambos os corpos se conheceram
quiseram contar histórias
dos momentos em que viveram
mas nada
nada
se comparou
ao sossego daqueles olhos que entardeceram
Renato Paulino"

Já é tão tarde
Perderam o brilho
A vida esmaecida
Leve tristeza que arde
Iluminando o trilho
Do tempo e da vida

Tem instantes de serenidade
que os olhos vidro redoma
mostram o sopro do tempo
prisioneiro de risos lágrimas murmúrios lamentos
e um silêncio inquebrável
de mil palavras de frágil sentir
e tantos tormentos

Entardeceram os olhos iluminados
Pela noite incendiada de sentidos
Esmaeceram os instantes rasgados
De silente sentir cintilando
A evocação do passado
Que momento algum
Tarde ou cedo evocado
Possa fazer acontecer
Sonho nenhum

Não há mais nada nos meus olhos que possas ver
Morri lá atrás onde o tempo ainda vive
De viver tempo não tive
Ainda estou a morrer
...

musa

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