segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

DESPEDIDA

DESPEDIDA
Vim para te dizer que não volto mais
Não há tempo para subir as escadas sem a tua mão
E abrir da luz a janela na meiga obscuridade
Os sons de silêncio perdidos na melodia dos pardais
Que entoam saudade na solitude da paixão
E afagam de prazer lençóis húmidos de intimidade
Vim para te dizer com olhos que ferem o escuro
A nudez pelo chão na cama despida
A timidez que enlouquece o desejo puro
A melancolia sentida
O desgosto impuro
A despedida
Vim para te dizer que acaba aqui o que nada foi
As rugas do sangue gélido e estremecido
Um fio de cor na brancura do leito
A pele apertada e fria que arde e que dói
O orgulho sangrado e ferido
O amor imperfeito
O reverso de um adeus murmurado
Dito assim parece promessa sem sentido
O corpo inteiro apunhalado
Partir é uma traição eu sei
Mas preciso ir embora
Já muito de mim eu te dei
Já fiquei tempo de mais
Nesta dor que se demora
No canto pranto dos pardais
...

musa

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