quarta-feira, 28 de outubro de 2015

E SE EU TE FALAR DA CHUVA

Por mais que os meus olhos sejam azuis
As gotas da chuva serão transparentes cinzentas
Serão humedecidas líquidas pardacentas
Pingos frios de movimentos oxigenados
De hidrogénio e pouco mais
Como lágrimas lamacentas
Como lâminas de punhais
Em olhares cansados
Em bocas sedentas
Transcendentais
A ferir
Sentir

Saudade...
De ti, das tuas palavras,
Da delicada forma de as desenhares
No meu peito...
Estás bem?
Beijo-te...

Ando por aí... Com vontade de andar à chuva...
Beijo te...

Somos basicamente feitos de vontade, antes de nos transformarmos em Pó...

... a tua vontade...

...A minha vontade, sentir a tua...

Tua... Minha...

Ser como a chuva,
Escorrer pelo teu corpo...
Lavá-lo do impúdico desejo...
Baptizar-te em nome da terra,
Mulher, Fêmea...
Semear-te os campos férteis,
Onde, livre e feliz, existe a tua imaginação...

Ser chão do teu sentir
Ser o teu olhar com vontade
Ser abraço intimidade
Ser doce e loucura
Ser cumplicidade
Ser ternura
Tão húmida quanto o beijo
Tão intima quanto o prazer
Tão louca quanto o desejo
Tão intensa quanto o querer
Se eu te disser vais acreditar
O quanto quero ver-me no teu olhar
E eu que só vinha falar-te da chuva...
...

musa

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