terça-feira, 4 de agosto de 2015

VELUDO E SOMBRA

VELUDO E SOMBRA

A Vida.
Passa indiferente
Ao desejo que nos corrompe,
E, tonta, desdenha do fogo consumido
Em tórridas cópulas,
Forjadas em candentes devaneios,
Na frágua da nossa imaginação...
Passa fútil, a Vida,
E leva para longe o cheiro
Intenso do sexo que fizemos
às escondidas de nós.
Passa, soberba,
E não se detém nas hesitações
Que nos tolhem
Os passos, infimos,
Que nos separam...
Quase que te toco,
Vida,
E te Sinto...
Quero-te!
A.

Quero-te
Guardador do vento
Em planícies de lua cheia
Onde a solidão pernoita
Sonhadora feérica
No pasto dos versos
As palavras despontadas
Botões por florir
Rebentos nus
Histórias contadas
Ao anoitecer
Deixa rasto da noite delicada
Veludo e sombra por tecer
Em seda adamascada
Um fio inteiro de prazer
Da folhagem do arvoredo
O lábio húmido da ventania
O peito incendiado
O fogo lento
Quase entre nós um segredo
Feito de silencio e de tempo
Enfim um beijo de amor
E o teu desejo
Ainda
Trespassa-me a luz do poema
Um firmamento em ardor
Uma noite que não finda
Comunhão de sentidos
E a vontade das hesitações
Os sonhos perdidos
As loucas paixões
O vicio dos amantes
Que nos tocam tolhem separam
As promessas distantes
Que em vida ficaram
Aveludado sombreado
Num sentir enamorado
...

musa

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