domingo, 21 de junho de 2015

O SONO E O SONHO

Acordo sozinha e deito me sozinha
Esta ânsia magnânima âmago carnal
A minha solidão é do tamanho do mundo
Ao largo de horizontes sem cor e húmido areal
Uma cama vazia em frialdade e sem fundo
Da imensidão de um universo que eu nem conheço
De uma desilusão de um verso fecundo profundo
De uma inquietude angústia sem preço
De uma lassitude que de pranto teço
Em contas de lágrimas presas ao tear
Onde desisto e desfaleço
De tanto sofrer e chorar
E o luto lento derramado dos meus olhos
Tem a negridão e brilho da patina de petróleos
À flor da água a espessar as dores
Os sonhos profanos a fundear navios
Sagrados entardeceres a desflorar flores
E dentro deles náufragos vazios
A solitária loucura à deriva
Uma balsa perdida
Quando adormeço
Afundo a vida
Dela me esqueço
Dela me enfraqueço
Dela me não conheço
...

musa

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