domingo, 21 de junho de 2015

MORTE DE MIM

MORTE DE MIM

Morro um pouco a cada dia
Tão perto e longe estou da morte
Distante o gozo e a apatia
Ditosa dama de altivo porte
Estende me os braços a consorte
Que mais ninguém a queria

E eu na minha vida a aceitei
Este fardo lodoso triste pesado
Um manto encardido sujo molhado
Com todas as lágrimas que já chorei
A vida que a vida me ditou
A raiva que nunca ultrapassei
O destino que pelas costas me apunhalou
Desta vida cansada de tudo enfim
O silêncio que adentro calou
O mais secreto de mim

Morro um pouco a cada dia agora
Conformada com a minha condição
Desespero a morte que demora
A dar me finalmente a sua absolvição
...

musa

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