terça-feira, 5 de maio de 2015

CHUVA DE GRITOS - Mariza, A chuva - Instrumental



CHUVA DE GRITOS

A chuva foi como o vento embora
Agora sente-se esta calmaria
Como a saudade que se demora
Se voltasses chuva eu te perdoaria

Por vezes até os gritos são mudos
E as palavras que ficam por escrever
De tão lacinantes os gritos agudos
São vómito que teimo em conter

Que o ar que respires ecoe do vale ao monte
Faúlhas em acesas piras onde ofegar
Teus desejos escaldantes como sol do horizonte
Na linha do além entre a terra e o mar

Há dias em que nos toma a escuridão
E o silêncio nos sufoca e amordaça
Restam gritos interiores em convulsão
E desespero do tempo que não passa

Distantes sentidos no escuro entrelaçados
Gritos da alma em desassossego profundidade
Ah poeta não serão esses gemidos ecoados
Tempo que fica para interiormente ser saudade

Eterno questionar da razão, insatisfação
Grito que teima em ficar por expelir
Palavra cravada na garganta, frustração
Na incapacidade de manifestar o sentir

De sentidos calamos da poesia a intensidade
A chuva ou lágrimas ou vento a emoção
Deixamos que o tempo grite essa verdade
Ah poeta doce amizade em satisfação
...

duo* musa & Celso Cordeiro

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