domingo, 31 de maio de 2015

BODAS DE OURO

Belo o dia consagrado ao casamento
O sonho vivido pelos dois no altar
Dádiva dos céus pela união do sacramento
Amor e felicidade em entrega anelar
Sentimento vivo em especial momento

Dois em multiplicado amor cinquenta anos depois ainda
Essa hora abençoada flor do tempo

Outra vida pensamento que não finda
União na saúde na doença dias atribulados
Réstia de luz acesa brilha de áurea linda
Os cinquenta anos de vida a dois partilhados

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musa

sábado, 30 de maio de 2015

BODAS DE OURO

João e Maria como num conto de uma bela história
Formou a família pelos laços do sagrado casamento
Deixaram sementes a perpétuar geração e memória
Cinquenta anos agora a celebrar a glória e momento

Laços de sentimento a celebração matrimonial
A filha Ana a primeira do amor em contentamento
Votos desse sacramento da convicção espiritual
Cinquenta anos de familia unida em pensamento

Logo a seguir mais um rebento em duplicado amor
A filha Anabela a segunda brindada em felicidade
São os filhos obras maiores da vida em esplendor
Que unem laços de sentir para toda a eternidade

E dos cinquenta anos de casados mais filhos vieram
O filho Abel o terceiro e homem muito desejado
Mas outro ainda por amor e devoção à familia tiveram

Da vida juras promessas cumpridas e já as bodas de ouro
O filho João Paulo o quarto a nascer também muito amado
Pois são os filhos que dão o ser e da familia o maior tesouro
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musa

sexta-feira, 29 de maio de 2015

BODAS DE OURO

Dócil vida esse efémero momento
Cinquenta anos a dois unidos
Assim se celebra um casamento
Tantos os dias juntos vividos

Esse casamento hoje um tesouro
Abençoada união em casal
Graças à vida pelas Bodas de Ouro
No mês de Maio único especial

Quase um século somada a idade
Os dois unidos em matrimónio sagrado
Um casamento de união e felicidade
A vida profundo abraço sacramentado

Dias inteiros consagrados sentidos
Horas de lágrimas angústias dores
Outras tantas de sonhos perdidos
A felicidade em pétalas de flores

De ternura em partilha doce afeição
A família os filhos o lar em especial
Pedimos saúde bênção de paixão
Brindemos por fim ao amor imortal
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musa

quinta-feira, 28 de maio de 2015

BAIRRO

BAIRRO
Em cada janela uma vida um sonho alguém
A luz as sombras silêncio escuridão movimento
Em cada porta aberta a respiração também
Fechada a vida e os seus mistérios sentimento

Lá dentro de muros paredes divisões o mundo
O tempo imperfeito em multiplicados sentidos
Do soalho ao tecto vida pensamento profundo
Um bater no peito de instantes sonhos vividos

Cada rua do bairro a vida endoidece a multidão
Em portas e janelas vãos de escada telhados umbral
De chegadas e partidas de que se tece a mística solidão

Bairros de vidas em infinita loucura casarios de branco caiados
Escondem segredos de sal lágrimas agruras mágoas alegria e cal
Nos lares das cidades são ninhos de pássaros engaiolados
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musa

Aguarelas JoaoBrum

FAVAS COM ELAS

Em que estás a pensar?
Nas voltas que a vida dá. Caminhos incertos, mas assertivas súplicas das lembranças trazidas por cada objecto que nos rodeia. Se sombras se marcas de poeira se aromas ou a maneira inevitável de sentir o roçar do passado nas esquinas da melancolia. E a velhice dos animais domésticos a rondar divisões apinhadas de saudade nos noctívagos passeios do tempo com cores toldadas de memórias a pintar aguarelas com lágrimas cristalizadas de silêncio. Talvez os sentidos pairem no pó à luz amarelecida dos suspiros.
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Nas favas com elas
Sim estou a pensar com o paladar
Sentidos gustativos intensos
Para em poesia degustar
Abraços de cebola alho cenoura
Temperos aromáticos profundos densos
Chouriço presunto entremeada moura
Bastante tomate azeite e vinagre balsâmico cheiroso
Assim é um prato de favas apetitoso
E elas?
Ah... as palavras temperam como condimentos de secreto saber
Já poetar com os tachos é um delicioso prazer
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musa

BÚZIO DE DESEJOS

Sabe-me a mar o silêncio que me deixaste
Diante do azul que ainda espera por ti
As vagas que em mim de desejo naufragaste
Do tanto silenciado que no teu olhar consenti

Amor fundeado na casa azul do meu olhar
Desejos trazidos das húmidas profundezas
Conchas corais algas areias do fundo do mar
E um pequeno búzio por entre essas miudezas

Guardo o na mão fechada para te sentir
Ainda entranhado em mim corpo feito areal
De vontade e loucura desassossego a vir

O búzio dos desejos nos teus olhos de maresia
Ternura em ondas frémito intenso carnal
E tudo o resto se resume em nós tesão e poesia
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musa

sexta-feira, 22 de maio de 2015

ABRAÇO-VOS

ABRAÇO-VOS
Hoje tive um abraço do tamanho do mundo
Daqueles que dão a volta ao universo
Apertado quente profundo
Tão sentido como um verso

Hoje alguém veio abraçar-me
Enlaçou os braços a minha volta estreitando-me
Colou o rosto dele no meu e a boca beijando-me
Afundou em mim duas gotas de orvalho a olhar-me

Hoje alguém trouxe um abraço de longe de algum lugar
Abraçou-me com vontade de me ter e sentir
Trazia ternura carinho saudade amor no olhar
E deixou lágrimas quando o vi partir

Hoje talvez seja o dia dos abraços
Mas houve tanta loucura entre os dois
Partilhamos palavras olhares e cansaços
E num abraço dissemos até depois
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musa

AZUL

AZUL
Nunca falei do azul que vejo
No fundo dos teus olhos quando há amor
A mancha azulada de desejo que se espelha num beijo
Como quando o céu desabrocha num lago flor
Nunca falei do azul lago do meu olhar ancorado
Ao largo dos teus olhos mar de vontade
E a tua boca se abre e engole o azul dos meus olhos
Como vagas de saudade sobre as rochas sensualidade
Em golpes de sabre e maresia
Nunca falei do azulado dos sentidos
Em estremecer de excitação
E as ondas de orgasmos e gemidos
Invadindo areal de súbita sedução
E os teus lábios húmidos de doce sal
E o beijo transfigurado azul céu e mar
Na pele do sentir a endoidecer de loucura
Mil e um espasmos quando tantas vezes me fazes vir
Em maré cheia de ternura
Só queria falar-te do azul
Desse azul existir
Entre o céu e o mar
Entre a terra e o oceano
Entre o silêncio e o devir
Ver-me nos teus olhos a rir e a chorar
Só queria falar desse azul estranho
Que parece acontecer
Que só consigo ver no teu olhar
Quando me dás prazer
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musa

DESLUMBRAMENTO - ao PORTO

Quem olha a cidade do cais de Gaia beira rio
Deslumbra o olhar as cores do pensamento
As tonalidades e a lucidez do casario
Luz a trepar a alma na loucura sentimento

Está lá tudo o reduto toque de artista
O céu a paleta de nuances a torre o pincel
Olhar deslumbrado dos telhados conquista
Miragaia recortada de ternura no papel

Rio Douro beija a Ribeira em deslumbramento
E todavia o delicado verso ainda humedece olhar
São tantos os anos de sublime contentamento

Cidade do Porto tela alguma aprisiona teu sentir
As cores dos pincéis aguarelas óleos acrílicos por pintar
O profundo sentido que a poesia possa fazer existir
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musa

TÃO SÓ AS TECLAS - a ANA LUISA AMARAL( E Todavia)

Há de haver absoluto silêncio
Sobre o dorso das teclas
Onde deposito alma
Corpo de sílabas
Esboçado a versos
Na crina da palma
Assim entregue
Os dedos em esboço
Tocável e tocante
Intimidade que se ateve
Antes de ser minha amante
E o teclado o corço
De olhar fugidio
Há de haver todo meu corpo aí
Lânguido afável escorregadio
De carícias lacunares
Como já senti
De roçares rebeldes
Como já vivi
De um sentir vadio
Como aqui
Nesta cama se me amares
Fizeres de mim alquimia
O verso lastro urgente
Sobre as teclas deixares
O calor húmido do leito quente
Dócil desgaste que assobia
Murmúrios de prazer
Ritual de magia
Consumada inspiração
O delito dessa orgia
O gozo de escrever
Essa excitação
Sim há de haver
Tão só as teclas
E poesia
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musa

quinta-feira, 21 de maio de 2015

MIOSÓTIS AZUIS - Parabéns a TERESA HORTA

a TERESA HORTA

Semeadora de poemas em lavra alma de sentidos pelas palavras do corpo

Miosótis azuis de poesia encantada do teu olhar profunda prece

As flores onde se tecem versos de amor e humildade

Profusão de pensamentos perfume que entontece

A eternidade efémera altar litania da saudade

Talvez cânticos de uma liturgia cénica de sacerdotisa

Em que a palavra e o poema fazem da vida poesia eterna


Parabéns pelo aniversário

A TARDE E O VENTO

A TARDE E O VENTO

Pesada a tarde se agita ao vento rumor
Que fere e lateja como animal enraivecido
No crânio entorpecido vomita e volteja a dor
Um feixe luminoso abrasa por dentro latido

A ventania urra a uivos a dor açaimada
É tarde e as horas repetem se doridas
Nós ponteiros laços da alma emaranhada
O estupro tardio num tempo de dores vencidas

Dói a cabeça na fortaleza do vento agitado
Em silêncio circunscrito de analgésico pensamento
Por um segundo instante momento sossegado

A tarde é longa de murmúrios languidos
A dor prece desatinando doce sentimento
Tardio vento canta oração dos sentidos
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musa

MALHA DOS DIAS

Carregas o negro de há séculos vestido
Nas malhas dos dias cansados de cerzir
Na ponta das agulhas com que lavras o sentido
Mais do que a conta dos dias que fias sem sentir

Para que o tempo passe depressa pois tanto se demora
No luto negro do peito em acinzentada malha
Bate compassado desfeito a toda a hora
Um fio de luz a lacrimar em doce poalha

Que segredos deixas em tricotado sentimento
Na luminosidade negrura da tua solidão
Onde cada malha encadeia o descontentamento

Da viuvez demorada na alma cheia de amor
Negra a carne vestida pelo traje escuridão
A idade de luto pela vida e pela dor
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musa

ENSEADA

Aquarelas - João Brum
Paisagem Marítima - Aguarela 30 x 40
Canson Fonteney 300g
2013

Orla terra engaste abraço olhos de sal
Decote de vagas enfeitando a pequena enseada
O vestido acinzentado da costa litoral
Despenha se sobre o mar a saia azulada

Resgatada paisagem morro altura
Abraça secretamente praia privada
Que esconde jóia dessa rara alvura
Lá onde a luz é ninho de ave sagrada

Quase carícia em sensual húmido beijo
Seio altivo baia marítima recortada
Incita ao olhar maravilhado do desejo

Esplendor de promontórios quase altar
Dando colo abrigo às ondas sobre a enseada
Que dos dois lados abraçam de amor o mar
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musa

segunda-feira, 18 de maio de 2015

À TUA JANELA

By @João Brum - Apontamento - Aguarela 13 x 18
joao.brum.35@facebook.com

Esperava as sombras com a velhice amarelada
A dourar o mel frio dos teus olhos tão serenos
Amendoada cor em riscos negros tão pequenos
Era por eles que eu via a vida lá fora fechada

E na moldura da alma as paredes envelheciam
As lembranças com pátina de um tempo sentir
Por essa janela as lágrimas em verde escorriam
Cada vez que te via esvoaçar ao vento e partir

A casa ainda é sagrado sentimento onde regressar
E por detrás da vidraça a vida sossega tantos segredos
Que jamais saudade alguma pode as cortinas fechar

Amarelas as paredes ainda são temporais e memória
Um fio de luz preso em instantes do olhar e medos
Vendavais de recordações a fazer da janela história
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musa

sexta-feira, 15 de maio de 2015

AUDAZ FANTASIA

AUDAZ FANTASIA
Audaz fantasia essa no prelo
Que apraz sentir no beijo das palavras
As letras amotinadas em altar tão belo
Círios iluminando consagrados consentidos
Sulcos rasgados que de fantasia lavras
A terra papel em chão de sentidos
E de poesia sentir guardas
Os beijos permitidos
Beija a pena com o bico do pensar
Em audaz fantasia pensamentos desmedidos
Tão enorme é o contentamento a iluminar
Sagrado altar desses sentidos
Não haverá amor maior e mais profundo
Do que a sentimental fantasia do poeta
Consagra a alma ao sentir do mundo
Na mais sublime poesia desperta
Audaz sejas na tua secreta fantasia
Com que semeias palavras ao vento
Espalha sentimentos em doce poesia
Sementes poéticas do pensamento
Fantasia ingrata em sentir audaz
Inebria a alma em descontentamento
Nem sempre pela poesia é capaz
O poeta inspirado de deslumbramento
Audácia e loucura dizem do poeta ser
Fantasiando a palavra a cada verso
Deixando nos poemas transparecer
Sentidos estrelas do seu universo
Deslumbrado ser louco insano
Tudo em si parece fingimento
Audaz fantasia sentir estranho
Guarda de si consentimento
Poeta imortalizado pelo escrever
Nas obras seus amores perdidos
Fantasia audaz do que pode ser
Seus inocentes sonhos incumpridos
Doces emoções terrenas perfeitas
Lugares da memória há muito revisitados
As palavras ilusões na alma as eleitas
Das glórias perdidas dos erros perdoados
Que no coração se aninham em inspiração
Audaz fantasia de instantes guardados
Na pele dos sentidos em doce sedução
Ficam os sentires nunca procurados
Os mesmos que se inventam na ternura
Em metáforas colo da palavra do poeta
Quando olha o mundo em grata loucura
Que a poesia dentro de si desperta
E deixa transparecer na sua procura
O mais belo horrível da fantasia secreta
Onde audaz sentir se aninha e consente
E deixa fluir alma premente
Em doce sentir só sente

musa