quarta-feira, 8 de abril de 2015

TEU ROSTO

TEU ROSTO

Carrego comigo teu rosto
Que mal há em dizer ao mundo
Dessa tristeza ou desgosto
Dessa magnitude profundidade
Misto de inquietude saudade
Carregado triste profundo
Com marcas de idade

Fechos os olhos e não consigo esquecer
A hora em que o teu rosto encerrou
Momento de ternura intimidade
O olhar que parece dizer
Demora por dentro o que sou
Tempo de loucura tenacidade
Rosto de doçura lealdade
De quem morre a viver
Com olhos de quem chorou
Esse íntimo sentir
Quase pranto prazer
E timidamente parece sorrir
Encantamento a cumprir
A triste dor de ainda ser
Alma dura em sofrimento
No limbo insano do sentimento
Onde padece todo o ser

Nunca mas nunca esquecerei
O que a vida da morte me deu
Olhar perdido macerado
Com lágrimas que já derramei
Entre a terra e o céu
Esse rosto que não é de ninguém
Tão triste tão ofendido tão pesado
Não era senão o rosto marcado
Do olhar sentido de minha mãe
...
musa

1 comentário:

Odete Ferreira disse...

Belíssimo olhar sobre um rosto pleno de e da vida...
Bjo, Ana :)