quinta-feira, 2 de outubro de 2014

LONJURA A DESORAS

O que dizem os teus olhos
perdido na cor dos teus espelhos da alma
deslumbrado pelo gentil rosto sereno
desgovernado nas curvas dos teus labios romã
onde pescador algum se salva
enfeitiçado pelos teus cabelos cor de feno
aurora resplandecente da luz da manhã
moreno amanhecer
redobrado prazer

que imagens me trazes do mundo
trago as melodias das florestas
o conhecimento intímo profundo
a alegria dos sorrisos e das festas
a respiraçao murmurante dos oceanos
as ondas da maresia dispersas
o cantar dos ventos em silêncio estranho
a sensualidade da musa do norte
o sonho sem medida sem tamanho
enleada num véu de cor transparente
suave brisa de encantamento
o entardecer que olhar sente
estendido o pensamento

há um brilho no teu olhar
um rasto de sombra em liquidez
profundidade de mar
ou espelho de timidez
ou flor por descobrir
orvalho colorido
vontade de descobrir
esse encanto sem sentido
onde o silente murmúrio do olhar
quase insano quase proibido
brilha humedecido e estende a mão
além do tempo que assim pode conspirar
pode até ser somente a ilusão
da terra que se estende além mar
que eu nunca conseguirei embalar
em vagas dos olhos nessa longura
alma estendida por toda a parte
em imensidão e loucura
unindo pontes do sentir

rebeldia em sensivel impulsividade
e tudo o que a alma possa permitir
há uma mecha de cabelo solta em desalinho
cumplicidade dos olhares em docilidade
dança de sentidos no teu rosto sereno
que escondem os teus olhos do destino
feitiço oração elixir ou veneno
perturbando a minha tranquilidade

o rumo o caminho
palavras a desoras
não sei se demoras
se fico a esperar
que sejam horas
para te encontrar
...

musa

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