domingo, 18 de maio de 2014

SAL MEL E POESIA

desbotoam
as nuances húmidas
da pele das lágrimas
há o corpo e os sentidos
do poema
surgem as gotas translucidas
soluçando as palavras
e a voz serena
de quem chora a sorrir
emudecendo o silêncio
sentido


o azul mais forte do mar
e o azul mais esbatido
desse céu que fica perto da boca
aberta de espanto
um rio de lágrimas em pranto
na torrente oca
do grito
vivo


sem saber que nome dar
ao poema de corpo e pele
demoram-se os olhos a naufragar
no tingimento do papel
manchado de choro
doce emotividade
de sal e mel
e poesia

musa

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