quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

ROMÃS DE PALAVRAS

Há nos bagos de romã
O delírio menstruado
Das horas gritantes de dor
A cheia ofegante da manhã
O cavalo alado
Em branco rubor
Nos poros da intimidade
Gravuras suadas
O frio e o calor
Da enchente sensualidade
As horas ensanguentadas
De torpor virilidade
E o esquecimento
A matriz por descobrir
A luz em adormecimento
Do teu olhar por sentir
Em mística linguagem
O sangue estremecimento
Soluçar da palavra convulsão
O remate da viagem
A começar na tua mão
Em dança eroticamente
Sobre o espanto das asas
Os frutos vermelhos
As cinzas das brasas
Dos pergaminhos velhos
Ardendo o proibido
No silêncio do sentido
Esquecido de mim
Em fingido fim
...

musa

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