segunda-feira, 11 de novembro de 2013

OLHOS DE MAR

da Granja a Espinho
um mar tardio
sangra vagas andantes
delirantes
ofegantes
estonteantes
em espraiado olhar
encurta de marés caminho
ondas caminhantes
parecem caminhar
o meu olhar sozinho
ao dia triste e sombrio
as ondas dançantes
na tarde a naufragar
o sol escurecido e frio
endurecido mil diamantes
parece o chão a fumegar
neblinas humedecidas brilhantes
e a noite por chegar
de paragens tão distantes
que na praia vêm repousar
de viagens em asas de gaivotas
um bando sobre o areal
na orla do mar
endoidecidas abundantes
sereias da terra devotas
a esse deus desconhecido
profundo e leal
marítimo sentido
ainda o sol a brilhar
que olhos devoram
no azul demoram
de sal choram
a soluçar

musa

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