terça-feira, 1 de outubro de 2013

MULHER CAL

gosto das tuas mãos que me recebem
como um colo onde adormeço
dos teus olhos que me bebem
dos teus lábios onde estremeço
meu corpo inteiro de mulher
carnal intenso sentir
que na dor eu tiver
e por amor admitir
consentir viver

gosto do teu abraço que me estreita
do teu regaço onde me aconchego
dos teus braços onde se deita
o meu olhar como um nó cego
a minha alma tão profunda
de mágoa enlaçada abunda
desassossego intranquilidade

dócil loucura nodosidade
a carne onde a dor se afunda
em estranheza sensualidade
que de desejo a pele se inunda
corpo e alma de mulher feita
que de amor me ofereço
na poesia servir-te eleita
mulher de cal e gesso
dos sentidos de que me esqueço
das tristezas que me despeço
das dores de que padeço
musa

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