quarta-feira, 30 de outubro de 2013

LASSITUDE

Nas veias há veios de ilusão
Poros acesos de real virtude
Permeabilidade do sentir
Ruborizada lassitude
Inquietação
Refulgir

Devassidão magenta do ser
Veias salientes de espera
Quimera queimando
Química esfera
Resplandecente
Transluzir
Parecer

Entrelinhas tácteis do passado
Cónicas palavras permeáveis
Suspirando interjeições
Delatadas acentuações
Vórtice deslassado
Letras infindáveis
Lassitude sentir
Leves frágeis
Veias a sentir
Vivas hábeis
Vidas a fingir
Ágeis

musas

AUSÊNCIAS LUMINOSAS

E são relâmpagos de luz memórias do teu nome
Doces ausências luminosas que a saudade esfria
Esta angústia e dor que por dentro me consome
Acende clarão e se esvai solidão que me alumia

Iluminada recordação somente sentir ausente
No peito acesa chama o pranto luz a definhar
Já partiste há tanto tempo mas ainda o sente
No coração esse amor que a morte veio roubar

E deixou as lágrimas como luminosas ausências
Sulcadas luzes a alma do passado por esquecer
Partindo os espelhos e todas as transparências

Atravessaste negra luz do túnel da passagem
Deixando a saudade no peito de quem viver
Morri na hora tardia do início dessa viagem

musa

SÊ A SEDE DO SENTIR

Sê o silêncio que eterniza
Sombra palavra que fere
O vento breve da brisa
Que aos sons adere
O grito inferniza
Silente sentir
Ameniza
Existir

Sê a bruma que desliza
Sê a sede sentir
A seda a cair
Imprecisa
Pele do verso
É em mim
Universo
E fim

Sê um risco no tempo
Traçado sem jeito
A veste sentimento
Que me aperta no peito
O sangue a florescer
Pleito a insistir
Esta louca dualidade
Ser e não ser
E de mim desistir
Mentira ou verdade
Ser e coexistir
Viver ou morrer
Sê de mim a ilusão
O verso breve
A desilusão
A saudade
A solidão
A vida que me teve
Sede do sentir sim e não
Pesada e leve
Poesia em refrão
Poema paixão

musa

terça-feira, 29 de outubro de 2013

L'heritage minier à Ervedosa

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http://youtu.be/bGp7uLEOVkE

http://youtu.be/X_A2CTYuVP4

domingo, 27 de outubro de 2013

A BOA HORA DA POESIA – HOMENAGEM A DRA. CONCEIÇÃO LIMA

ESPERAMOS SEGUNDOS MINUTOS DIAS SEMANAS MESES
A BOA HORA DA DOCE POESIA ARRASTADA PELO TEMPO
VEM ATÉ NÓS EM SILÊNCIO OU EM MURMURIO ÀS VEZES
 PRECE UMA CANÇÃO UM VERSO UM POEMA UM LAMENTO

E ACERTA-SE A HORA E ELA CHEGA QUASE UM QUEIXUME
QUASE UM COLO DE PALAVRAS MEIGO CONTENTAMENTO
ABRAÇOS LIBERTAM SENTIR SEM MEDO SEM RAIVA CIUME
AS PALAVRAS E A POESIA DESPERTADAS EM PENSAMENTO

E QUEM DISSE QUE PARA FAZER POESIA PRECISA SER POETA?
BASTA POIS DEIXAR SAIR ABENÇOADA A VIDA EM SENTIMENTO
EM VERSOS RIMAS LIVRES SOLTA-SE A ALMA ASSIM DESPERTA

AH… POETAS SEM O SEREM AQUI DOCEMENTE REUNIDOS
PELA POESIA O PRANTO EM BOA HORA RISO FINGIMENTO
DEIXAI TODAS AS HORAS LIBERTAREM VOSSOS SENTIDOS

A ASSIM… VIVERAM O POEMA O SENTIR O ALENTO…

ANABARBARASANTOANTONIO

TRÊS RIOS DE MIM

                          http://www.panoramio.com/photo/21679767
Sobra-me a cama
O tempo
Os espaços vazios
A saudade
O cheiro da lenha
A madeira em combustão
Os rios em mim
A solidão

Nasci perto do rio Tuela
Cresci junto ao rio Tua
Vivi em mim o rio Douro

Três rios de mim o ser
Sobra-me a alma de quem me ama
Em margens silvestres de desalento
Espaços vazios a serem rios a correr
Leito de águas correntes a minha cama
Onde deito sentidos e pensamento
E galga a luz que se derrama
Do ser a transparecer
Fogueira liquida chama
No meu peito a arder
Cálido sentimento
Vivo testemunho
Rio por escrever
Sonho que assumo
Mortalha do tempo
A vida por um fio
Viver assim morrer
O poema rio
De mim
musa

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

CAES E GATOS E POEMAS E DOCES

Tenho um poema um cão e um gato
E palavras misturadas com receitas de doçaria
O cão tem olhos doces e dorme no chão do quarto
O gato espreguiça-se à porta da padaria
Em casa cheira a pão quente castanhas assadas e café
E as palavras são adentro alma corpo e fé
Em mim o verso que nunca é terminado
Em qualquer refrão de poesia
Há um poema inventado
De sonho e fantasia
A sair-me da mão
Noite e dia

Pelos cantos da casa percorrem odores
Fareja no ar sensível entendimento do cão
As vezes parece mesmo um menino
Regando no jardim as flores
Com seu olhar canino
E a doce ilusão
Do sentir

O gato de olhar felino
Parece o meu proibir
Cruzamos o destino
Inventamos existir

Se um dia morrer e reencarnar
Vai ser difícil consentir
Almas carnais com vontade animal
E deixar em mim acostar
Um navio de olhares companheiros
O gato e o cão e o poema por igual
Sentidos em mim prisioneiros
Mar dos olhos sepulcral
De inominada poesia
Receita terna e doce
Adocicada serena
A minha vida em demasia
Onde quer que fosse
Cão gato ou um poema

musa

ÁSPERO SABOR

apetece-me um poema com diospiros dentro
a língua travada pela polpa que amarra a boca
maduro avermelhado mole e adoçado
tem no outono o seu tempo
áspero sabor amargurado
doce sentimento
enraizado

molhe de rubros gomos gelatinosos
na árvore despida ao vento
é sensível pensamento
ramos estendidos a dias invernosos
dos alaranjados ao vermelho
quando maduro parece velho
mas sabe tão bem
na sua nudez
dias inspirados
fruto de Zeus
altiva aridez
dos olhos teus
meu dias vingados
dias irados
Olimpo do ser
acontecer

musa

"INSOMNE" MADRUGADA

… fuiste la clara luz que vino a verme cuando se despidió la noche…

e nesta madrugada o assombro que me invade ainda escura e fria teimando já ser claridade a luz se esguia raiando a noite flor do dia...

há-de ser agora
mais do nunca ainda
amanhece frialdade
estranha claridade
repousa no meu sentir
adentro se demora
o escuro finda
perdura existir
madruga solidão
de peito aberto
não tem hora
a doce ilusão
sono incerto
aclara o dia
pensar secreto
faz-se poesia

musa

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

FRIO OLHAR

Oxida-se luz nas fímbrias soltas da iris amargurada
Corro páginas do dicionário procurando explicação
Para a palavra ausente de todo esse sentir oxidado
Mas cega de descontentamento não encontro nada
E na clara névoa dos olhos embaciados de ilusão
Chega um inverno inteiro chuvoso frio e gelado

Ainda queria as árvores vestidas de longos vestidos verdes
Altivas no seu porte de sombra a florescer oxidado sentir
Uma cegueira presa em folhas soltas de saudades e sedes
Que olhar algum tem nomeado ser no dicionário do existir
Páginas fileiras arvorejadas de palavras sedentas sebes
Por onde quieto inverno chega dourando folhas a fingir

São assim os dias que vejo no calendário solitude existência
Inverno mesclando a vida que teimosamente se deixa cair
Em chão de olhar que oxida húmus de folhas tingida morte
Despem-me dias palavras armadas de silêncio e clemencia
E as árvores nuas deixam-me no sangue sentido a consentir
Frio olhar ouro e vida e todas as tonalidades azar ou sorte
Ah… dói esse inverno que chega e fica em mim até partir

musa

sábado, 19 de outubro de 2013

À ESPERA

Está calmo cansado
Este mar de pedra
Esta terra sem fim
A espera que se erga
Tormenta dentro de mim
Mar quieto em desassossego
Por dentro desperto pavor medo terror
Em lavras pedras humedecidas sal segredo
Que aguas profundas tingam solidão
No sal das lagrimas acinzentadas
Raios tempestade chuva trovão
Em céu de loucuras iluminadas
Há toda uma saudade ilusão
Maresia inquietude ternura
Imensidão loucura
Ainda espero que chova
Antes que eu morra
...

musa

LÍRIOS TUAS MÃOS

há vales de lírios mansos
na palma aberta das tuas mãos
delirios que se me oferecem
chãos de sossegos descansos
deserta paisagem sem o teu olhar
na ponta dos teus dedos
cores de pétalas se tecem
jardins por pintar
floridos perfumados relevos
segredos em vale manso de sentir
e deixo-te o meu olhar seduzir
planura de telas pintadas
loucura das cores aprisionadas
doido viver que mexe comigo
ser na ponta do teu pincel
risco de palavras que abrigo
dos poemas deixados no papel
que em vale manso escrevo contigo

musa

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

SAUDADE

tenho saudades de ti
assim me dizes
faz parte dos dias
de tudo o que já senti
dos dias que se permeiam pelas nossas vidas
de tudo o que já vivi
dos dias que passam a ausências
 "estou a falar" contigo ....e sinto-te
as palavras já existem as frases são aderências
de todo esse sentir que se dilui saudade a dois
entre palavras e todas as cedências
que possamos fazer sentir
rasga-se a vida para nos proporcionar viver
e este encontro e desencontro poder consentir
de gestos palavras e transparências
fazendo dos dois um só existir
única forma de tantas existências
desistências e desistir

musa

POETA POR UM DIA

Pediste-me recolhimento
Aceite e rendida
Fiquei em silêncio
Escondida da vida
Fiz deste sentir juramento
Curvado sobre as escadas do tempo
Consentido sentimento
Abri brechas silenciadas
E por frestas gretadas
Na pele dos sentidos
Entrou a luz do teu ser
Dos olhos perdidos
Solitude a transparecer
Vazou silente ilusão
Recolhida a essa paixão
Aceitei imolar-me na solidão
Nas sombras da claridade
Vislumbrei silhueta
Esvoaçando sensualidade
No ventre asas de borboleta
A fazer sentir essa inquietude
Em voos loucos da saudade
Havia nos teus olhos a magnitude
O silêncio mais quieto
O amor desperto
A doida juventude

Voltando
Sonhando
Amando

E os dois eramos silêncio e poesia
Recolhidos sentir distante
Como se nessa audaz alegoria
Eu fosse a misteriosa amante
Que te fez poeta por um dia

musa

DESASSOSSEGO AO LUAR

conto-te luas e (in)sossego
esbracejando as pálpebras cansadas
sacudo em braçadas do medo
desassossego ao luar
nos meus olhos a bailar
vejo a poeira dos sentidos
percorrer caminhos despidos
como nudez de árvores por pintar
nas tuas telas nuas de cores
negros olhos esculpidos
sentimentos já vividos
e no branco dessas dores
tu me deixares abraçar
a lua prometida
como se a terra fosse a vida
que nunca poderei alcançar
...

musa

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

URGÊNCIA DE SENTIR

Urgente teu nome
Sufocou-me o sentir
E veio de paragens
Com mapas por decifrar
Delitos de viagens
Onde eu nunca soube ir
Onde eu nunca soube encontrar
Onde eu nunca soube chegar e partir
A força dos passos dos teus dedos
Viajando estradas de beijos
Na poeira dos segredos
Por caminhos de desejos
Fazendo a viagem emotiva
Da urgência dos sentidos
Na clara evidencia locomotiva
Que me leva por caminhos perdidos
Onde eu me sinta nas tuas mãos viva
De horas e dias vencidos
De um tempo cativa
De instantes já vividos
Do sentir desta vida
Sonhos já perdidos
Já esquecidos
musa

sábado, 12 de outubro de 2013

MÓRBIDAS MARMÓREAS MOREIAS

Mórbidas marmóreas moreias
Sanguessugas em favos de colmeias
Floreiam em meu redor
Lambem lascivas feridas
Rasto de sangue que é dor
A vida que em sonhos golpeias
Sinuosas sangrantes fendidas
Liquidas cortantes vivas
Frias resistentes
Conducentes
A ser sal
E rio

E o frio que vem de dentro
Águas transbordando margens
A vida a correr em imagens
No leito sereno do tempo
Adormeço em descanso eterno
Viajo pelo pensamento
Sombrio terno
Meigo sentir
O sonho

Era represa cheia de entulho
E as moreias a serpentear
Na alma perturbante barulho
O sal das lágrimas por chorar
O sangue ainda por ferver
O calor da pele que parece queimar
O luto do rio que não para de correr
E os meus olhos nas mãos a saltitar
Moreias enredadas sentimental ser
As mãos fechadas com sonhos por adormecer
Mármore vítreo liquida sentimento
Água da reclusa a efervescer
O sonho retido movimento
Quieto desperto secreto
Já to contei
E de pranto te dei
Sal que em silêncio guardei
Despertado sentir
Sonhado existir
Ousado fingir

musa

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

SUICÍDIO

atiro-me onde possa sentir-me esvoaçar
em espaço erguido escadaria da liberdade
faço das vagas escadas por onde possa alcançar
sonhado sentido vã ilusão da vida sem idade

memorizo na ponta dos dedos o vento
repousado silêncio em sulcos de sal
nas fendas relevos adentro do tempo
interiorizo vultos de forma carnal

de olhos fechados apalpo a falésia
mergulho alma crua rasgo claridade
entrego sentidos a uma abrupta amnésia
lambendo memórias lágrimas de saudade

tácteis afagos rebordos salientes
do promontório erguido alma dócil penhasco
atiro lembranças em suicídios diluentes
desfaço olhar inglório de nojo e de asco

despenhados pensamentos energúmenas ilusões
numa ponta de chão há-de haver começo e fim
mártir seja aquele que um dia terá razões
para morrer sonhando que não foi o seu fim

musa

terça-feira, 8 de outubro de 2013

MÁRMORE NEGRO - a SANTIAGO BELACQUA


Alado sentir mármore negro a esvoaçar
Em sombrio lugar a mente espreitava
Teu espectro andante levando olhar
A noite que em teu corpo vestia nada

Segredo jazia frio repouso eternidade
Semelhante descanso etéreo sono final
Havia nos teus olhos tumba de saudade
Escondidas lágrimas em peito tão carnal

Silhueta profanada de desentendimento
Onde o universo enterrou todo seu sentir
Corvo negro amansa liturgia descontentamento

Contigo as palavras pedem a prece descarnada
Devolvendo a luz mansa de um prelúdio existir
Homem que és tudo feito de sangue e de nada

musa