segunda-feira, 27 de maio de 2013

CARDOS NUS


há cardos crus
no âmago das palavras
gumes de sentidos acesos
corpos nus
desertos de águas
por escorrer
do sentir

fogos lavrando a seiva acesa
em chamas a refulgir
áridos montes de espinhos
a labareda presa
em incertos caminhos
os cardos nus
da fogueira dos sentidos
arestas limadas
bardos destinos
flores cortadas
botões por desabrochar
onde nascem ervas abandonadas
o chão de terra nunca há-de descansar

cardos crus por degustar
no palato a seiva agre
rompe as papilas de doçura
chama que se consome e arde
na nudez crua da loucura
musa

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