quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

DEVOLVE-ME OLHAR


Poesia de azul sentir
Em tons de cinzento céu
Como miosótis a florir
Na sombra de escuro breu
Renascida escuridão
Que esse olhar meu
Abre portas da solidão
Com asas de palavras
Sonhos floridos
Sombras aladas
Secretos sentidos
Florirei poesia
Em tons azulados
Esquecerei um dia
Meus tormentos passados
...
musa


Devolve-me a luz
A acuidade do ver
O sentir do olhar
Devolve-me o prazer
De tudo com os olhos escutar
Neste imenso sentimento que seduz
Tudo o que possa ver e amar

Devolve-me o sangramento
De tudo o que existe e fica a doer
Devolve-me o pensamento
Do existir e do ser
Do ver do olhar
Com todo prazer

Devolve-me as formas os contornos
Os rostos com traços e linhas
Os corpos inteiros formados
Os lábios mordendo silabas
Os olhos doces e mornos
As expressões mais pequeninas
Os vincos os sulcos rasgados
As rugas desnudando a idade
Os risos desmesurados
Nas meninas do olhar a saudade
De ver com olhos de tudo
Romper silêncio e absurdo
Deste mundo deformado
Onde ver é uma ansiedade
Um jogo de formas e feitios
À margem da realidade
Onde a devolução dos riscos sombrios
Faz do meu mundo triste e frio
Rostos sem identidade
Rostos sem acuidade
Rostos sem serenidade
musa

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